Na revista Veja dessa semana (02/07/2018), o neurocientista Fernando Louzada fala sobre as consequências negativas nas crianças que foram separadas dos pais nos EUA, durante a política de tolerância zero com imigrantes do presidente Trump.

É muito conhecida na psicologia a relação de eventos adversos na infância com modificações físicas e emocionais que duram toda a vida.

As pesquisas atuais e os modernos exames de imagem têm ajudado a elucidar essa ligação, mostrando que a própria configuração cerebral é modificada quando existe negligência emocional, abuso emocional, físico ou sexual.
E, ao contrário do senso comum, não precisa ser algo extremamente grave, como é o caso das crianças separadas dos pais. Mesmo em situações mais usuais, como ter uma família problemática, passar por um acidente ou um assalto, a percepção que temos da relevância de uma situação quando somos pequenos é completamente diferente da visão de um adulto.
A gente é como chão batido, precisa ser uma pisada bem forte para marcar. Já as crianças são como areia fofa, qualquer pisadinha deixa uma marca profunda.

E as consequências podem ser sentidas tanto em sintomas emocionais, como no aumento de índices de depressão e ansiedade, quanto em sintomas físicos, como doenças cardiorrespiratórias e autoimunes.

A atenção às crianças, para que se sintam seguras, aceitas e amadas, colabora muito para uma vida melhor e mais saudável. E se você achar que o seu filho, sua filha, ou você mesmo, passaram por situações causadoras de trauma, as técnicas da psicologia usadas no tratamento de traumas, como a Experiência Somática, o EMDR, o Braispotting e a Hipnose são extremamente eficazes.
E quanto antes o tratamento for realizado, melhor é o prognóstico, e maior é sua chance de ter uma vida boa sem os fantasmas do passado para assombrá-lo.

Um grande abraço!

Daniela Franzen

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